Quem puder temos também um blog.
Não tão bom quanto o do Mestre Marcio e Lúcio, meus professores.
Mais colocamo-nos a disposição lá no blog para debater, e crescer juntos.
Passa lá:
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AMIGO DE PECADORES
De tantos nomes que Jesus recebeu (e foram muitos), seja de religiosos ou de pessoas do povo, um deles retratava exatamente Seu caráter e Suas atitudes. Quando Jesus era chamado de endemonhinhado, beberrão ou aliado de Satanás, esses nomes simplesmente espelhavam a opinião de pessoas cheias de religião ou de si mesmas. Todos eram nomes ofensivos e não caracterizavam verdadeiramente a Pessoa de Jesus. Todos, menos um. “Amigo de pecadores!”, era do que lhe chamavam.
Porém, esse título no caso de Jesus é absolutamente correto. Jesus era (e é) amigo de pecadores. Amigo de gente que não é mais considerada por outros como gente; amigo de pessoas que não mais conseguem enxergar a si mesmos como pessoas, tamanho o peso do pecado que as esmaga e derrota. Jesus é amigo do pecador.
Para verificar isso, basta olhar mais de perto as passagens relatadas nos Evangelhos. Em seus milagres, por exemplo, Jesus fez mais por pessoas que eram desprezadas pela religião. Veja o caso da mulher que sofria com fluxo hemorrágico, por exemplo. Doze anos de sofrimento aliado à exclusão da sociedade e dos religiosos de plantão que se encarregavam de apontá-la como não-amada por Deus e seu sofrimento como castigo divino e justo devido aos seus pecados. Para estes religiosos, Deus agia tendo nas mãos uma balança que media o desempenho de cada ser humano que quisesse se achegar a Ele. Para os que viviam todos os preceitos da religião, o agrado de Deus era garantido; para os que estavam aquém deste padrão, porém, nada mais restava, senão desprezo e afastamento divinos. Para Jesus, entretanto, aquela mulher não era desprezível, nem tampouco apenas um rosto perdido na multidão. Ela era um ser humano, e, não importando o que a religião institucionalizada, vazia de conteúdo porém cheia de orgulho, tinha a dizer, aquela mulher também era alvo do amor de Deus.
Em Seus ensinamentos, Jesus também apontou como maiores exemplos de espiritualidade aqueles que não se admitiam arrogantemente como justos ou santos. Pelo contrário, Jesus ensinou que a atenção misericordiosa de Deus está voltada para quem, sabendo-se pecador, não tem nem forças para olhar para cima, mas bate no peito e suplica a graça e o perdão de Deus. Entre o justo que não necessita de arrependimento e o publicano miserável, o Filho de Deus se coloca ao lado deste último.
Contrariando as idéias da religião existente em seus dias, Jesus chocou os fariseus ao mostrar um Deus sempre pronto a perdoar; um Pai que nunca se esquece de seus filhos, ainda que estes reclamem sua parte na herança, demonstrem seu desejo incontido de que o Pai estivesse morto e se afastem de Sua Casa na direção de ruas distantes e largas que conduzem à descoberta do mundo. Em outras palavras, Jesus demonstrou da maneira mais clara possível (e da maneira mais radical possível, na cruz), a graça de Deus que sempre anda mais uma milha com o pecador e que sempre fica à porta esperando o retorno do filho que se perdeu.
Graça. Esta é a palavra que muda as situações. Vivemos num mundo carente da graça de Deus. Um mundo onde religiosidade vazia se mescla à arrogância de líderes eclesiásticos que, em seu discurso e prática, transmitem a idéia de um deus mesquinho, exigente e meticulosamente preso aos detalhes da lei. Um deus com letra minúscula, pois Deus nunca se prende à estas “questões seríssimas” que são capazes de levar pessoas (seres humanos, gente como eu e você) à morte ou à exclusão. Matou-se e feriu-se muito em nome do Príncipe da Paz. Ensina-se, em muitas igrejas, que Deus perdoa sim, mas nunca antes de ver o pecador agonizando em súplicas por misericórdia; que Deus perdoa, mas nunca se esquece da ofensa.
Que diferença quando olhamos a vida e as atitudes de Jesus. Quando o evangelista João quis descrever Jesus, suas palavras foram de que Ele era cheio de graça e de verdade. Em Cristo, verdade e graça, justiça e misericórdia andam de mãos dadas!
E na Igreja? Qual é a postura desta comunidade que deseja representar Jesus aos homens? Em outras palavras, qual é o aroma que é transmitido pelos cristãos de nossos dias: graça suave ou enxofre maldito? Quando as pessoas olham para nós, que tipo de Deus elas podem ver?
É preciso repensar nossa atitude evangelística e de testemunho. Em variadas e inúmeras ocasiões, oferecemos às pessoas desprezo arrogante de quem se acha melhor só por ter sido alcançado pela graça de Deus. E ao fazermos isso, adulteramos esta graça, ferimos pessoas e nos tornamos o tipo de pessoa a quem Jesus ofereceu juízo. Em outras palavras, tornamo-nos aqueles que apresentam às pessoas uma graça que tem prazo de validade, que se esgota, e que, por isso mesmo, deixa de ser a graça que Jesus demonstrou.
Somos chamados pelo Pai, vocacionados pelo Filho, e direcionados pelo Espírito para vivermos no mundo, sem sermos pertencentes a ele, exalando a contra-cultura que caracteriza o Reino de Deus. E a bandeira deste Reino é a graça. É através dela, e somente através dela, que podemos ser considerados, por outros e por nós mesmos, como cristãos verdadeiros que, a exemplo de Seu Mestre, também podem ser chamados “amigos de pecadores”.
Marcio Simão de Vasconcellos
Tópico: AMIGO DE PECADORES
Convite
Data: 30/04/2011 | De: Deivis Macedo
Amigo de Pecadores
Data: 30/04/2011 | De: Deivis Macedo
Essa abordagem é simplesmente impactante.
E quanto de nós estamos fazendo a mesma coisa que os religiosos da época. Sensuramos aqueles que chegam em nossos igrejas precisando de socorro e auxílio, ao invés de recebe-los como eles estão. Assumimos o tempo todo a posição de superiores e detentores da verdade, quando no caso, agindo desta forma, somos mais perdidos ainda do que estes.
Que possamos aprender mais uma vez com o Jesus Cristo e que como Ele possamos ser "amigo dos pecadores" só assim eles conseguiram entender, ver e perceber a diferença que Jesus em nossas vidas.
A essência da atitude cristiana
Data: 11/04/2011 | De: Marcelo Quirino
Tens razão, essa é a assência da atitude cristiana. Engraçado, esses dias estava lendo Stott, Contrtacultura Cristã. rsrs
O sermão do monte é o exemplo disso.
Graças, mestre!