COMPILAÇÃO PROFÉTICA
COMPILAÇÇAO PROFÉTICA
Textos: Isaías 1; 10; Amós 2; 5; 6; Miquéias 2; 3; 5; 6
Só para lembrar:
Diz o Senhor: O povo de Israel tem pecado sempre e sempre. Não poderei esquecê-lo. Não deixarei por mais tempo esse povo sem castigo. Perverteram a justiça aceitando subornos, vendendo como escravos os pobres, que não podiam pagar as dívidas contraídas; venderam-nos por um par de sapatos. Esmagam os pobres contra o pó do chão. Enxotam com um pontapé os pacíficos.
Ó gente pervertida! Fazem da justiça uma poção bem amarga que os pobres e oprimidos são obrigados a engolir; honestidade e retidão são ficções sem sentido algum para vocês! Como vocês odeiam os juízes retos. Como desprezam os que falam verdade! Pisam com os pés o pobre e roubam-lhe até ao mais pequeno tostão com taxas iníquas e da usura. É por isso que constroem vivendas luxuosas, que nunca chegarão a habitar; também não beberão o vinho das esplêndidas vinhas que plantaram. Vocês repousam em camas de marfim, rodeados de luxúria, comendo a carne de tenro cordeiro e dos melhores bezerros. Cantam canções vãs ao som da harpa, imaginam que são grandes músicos, como era o rei Davi. Bebem vinho por artísticas taças e perfumam-se com inebriantes essências, sem se preocuparem minimamente com o fato de que Israel será arruinado.
Sim, ai dos juízes injustos e dos que decretam leis injustas, que não deixam haver justiça para os pobres, para as viúvas e para os órfãos. Sim, porque a verdade é que até chegam a roubar as viúvas e os órfãos. Muito graves são os vossos pecados. Conheço-os todos muito bem. Vocês são inimigos de tudo o que seja o bem; respiram suborno por toda a parte; recusam fazer justiça aos pobres.
Ai de você, que tem prazer em se levantar de noite, para tecer conspirações de maldade; sai de madrugada para dar cumprimento aos esquemas que imaginou; tem a oportunidade de o fazer e faz mesmo. Deseja um determinado pedaço de terra, ou a casa de uma pessoa qualquer — ainda que seja tudo o que ela possui; e consegue obter o que quer, à força de falsidade e violência.
O Senhor diz: Mesmo agora o meu povo levanta-se contra mim. Porque roubam descaradamente daqueles que confiam em vocês, que caminham em paz. Expulsaram as viúvas das suas casas; roubaram aos seus meninos os direitos que Deus lhes dava.
Escutem, chefes de Israel — pressupõe-se que vocês sabem discernir o bem do mal. E o certo é que são vocês justamente quem mais odeiam o bem e amam o mal; são vocês que exploram o meu povo a ponto de ficar apenas com a pele e o osso! Espancam-no, tiram-lhe a pele, partem-lhe os ossos, fazem-no em pedaços, como carne dentro dum caldeirão, e devoram-no! E, depois disso tudo, ainda ousam implorar o Senhor que ajude vocês em tempos de adversidade. Acham mesmo que Deus responderá a vocês? Com toda a certeza que antes virará a cara para outro lado!
Vocês são falsos profetas! Fizeram desviar o povo do caminho justo! Gritam paz, para aqueles que os sustentam, e ameaçam os que não pagam a vocês! Pois esta é a mensagem que vos dou: Virá a noite sobre vocês, a qual porá um termo a todas as suas visões; a escuridão os cobrirá e não perceberão mais uma só palavra do Senhor. O Sol por-se-á sobre as suas vidas; será o fim do seu dia. Então, por fim, hão-de cobrir as caras de vergonha; admitirão que nunca transmitiram mensagem alguma vinda de Deus.
Ouçam-me, líderes de Israel, vocês que odeiam a justiça e amam a iniquidade, que enchem Jerusalém com assassínio e com toda a espécie de pecados, vocês, chefes, que são os primeiros a deixarem-se comprar por suborno; vocês, sacerdotes e profetas, que recusam pregar e profetizar enquanto não forem pagos. E, contudo, pavoneiam-se perante o Senhor dizendo: “Está tudo bem — o Senhor está no nosso meio!” É precisamente por causa de vocês, no fundo, que Jerusalém há-de ser lavrada como campo a cultivar, e que acabará por se tornar num monte de pedregulhos; o monte onde se ergue o templo ficará coberto de um bosque.
Por isso, Eu, o Senhor, detesto com veemência as suas celebrações — a sua hipocrisia, honrando-me com festas religiosas e cultos vazios. Não aceitarei as suas ofertas e sacrifícios de gratidão. Nem sequer olharei para os seus sacrifícios de paz. Calem antes os seus hinos de louvor — não passam de mero barulho aos meus ouvidos, não suporto mais ouvi-los! Não escutarei a sua música, por muito bonita que possa ser!
“Não digas essas coisas”, clama o povo. “Não insistas com coisas semelhantes. É desagradável, uma conversa dessas. Nunca semelhantes males nos poderiam acontecer!”
Será essa resposta que se espera de vocês, ó casa de Jacó? E, por outro lado, pensam que o Espírito do Senhor fica satisfeito em ter de falar a vocês tão asperamente? Não! As acusações que Ele lhes faz é porque quer o bem de vocês, porque pretende levar vocês de novo ao caminho reto.
Não te lembras, ó meu povo, como o rei de Moabe tentou destruí-los, através da maldição de Balaão, o filho de Beor, e que eu transformei em bênção? Mostrei a vocês bondade continuamente. Não te recordas da travessia do Jordão entre Sitim e Gilgal, como te abençoei ali?”
“Mas como é que havemos de te mostrar reconhecimento pelo que fizeste?”, perguntam vocês. “Teremos que nos vir inclinar perante o Senhor, com ofertas de bezerros de um ano?”
Não, não é isso! Ainda que viessem com ofertas de milhares de animais e com dezenas de milhares de litros de azeite, isso não satisfaria o Senhor. Se lhe sacrificassem os seus filhos primogênitos, recusá-lo-ia em absoluto!
Estou farto dos seus sacrifícios. Não quero mais gordura de carneiros ou ofertas. Não quero ver mais o sangue dos vossos holocaustos. Quem é que pede sacrifícios a vocês quando vocês não se sentem abatidos pelos seus próprios pecados? O incenso que me trazem é como um cheiro mau que me sobe até ao nariz. As suas celebrações sagradas, assim como os domingos de culto, e os seus dias especiais de jejum, tudo isso para mim é uma fraude! Não quero mais saber dessas coisas. Repudio tudo isso. Estou cansado de ter que as suportar. Digo a vocês: daqui em diante quando orarem de mãos estendidas para o céu, não olharei nem escutarei nada. Ainda mesmo que multipliquem as orações, não as ouvirei, porque as suas mãos são as de assassinos; estão manchadas com o sangue de vítimas inocentes.
Oh! Lavem-se! Limpem-se! Que eu não os veja mais a praticar toda essa maldade. Acabem com a vossa má conduta! Aprendam a prática do bem; aprendam a ser justos, a ajudar os oprimidos, os órfãos e as viúvas. Venham então ter comigo e conversemos! — diz o Senhor. Por mais profundas que sejam as manchas do seu pecado, eu poderei tirá-las, e tornar vocês tão limpos como a neve ao cair. Ainda que essas manchas sejam vermelhas como o carmezim, poderei torná-los brancos como a mais branca lã! Se quiserem e se me ouvirem, se me obedecerem, terão tudo o que há de melhor! Mas se continuarem a voltar as costas e a recusar ouvir-me, serão devorados pelos vossos inimigos. Eu, o Senhor, é quem vos diz isto.
Porque o Senhor já te declarou, ó homem, o que é o bem. O que o Senhor pretende de ti é que pratiques a justiça, ames a misericórdia, e andes com humildade perante ele. Porque o que eu quero ver é antes a justiça correndo como o poderoso caudal de um rio — como uma torrente abundante de boas obras.