TEOLOGIA SEM AMOR E TEOLOGIA NO AMOR
TEOLOGIA SEM AMOR E TEOLOGIA NO AMOR
Uma breve conversa sobre teologia.
A Teologia surge do encontro com o Mistério. Em seu cerne, há a experiência mística de alteridade com o Totalmente Outro. Teologia cristã, por sua vez, parte da experiência do Deus revelado em Jesus de Nazaré que é, em si mesmo, Amor. Pois, como afirma a carta de João, Deus é amor.
Se é assim, teologia só é de fato cristã se aprende a conjugar o verbo amar em suas formulações doutrinárias.
Fora do amor, toda teologia é sino que ressoa: barulhento, incômodo, sem melodia ou harmonia. Fora do amor, toda teologia é discurso inútil que é capaz de falar de Deus no templo ao mesmo tempo que ignora o ser humano machucado na beira da estrada. Fora do amor, toda teologia é orgulhosa, ensimesmada e desejosa de controlar corpos, mentes e corações alheios.
Fora do amor, toda teologia é só desamor.
Fora do amor, toda teologia é sem a graça e, por isso, é sem graça.
Mas no amor! Ah, no amor de Deus??! A teologia renasce tal qual fênix revelando o coração de Deus e o coração humano, batendo num mesmo compasso, encantados com o dom da vida! Somente no amor, a teologia é paciente, bondosa, não rancorosa ou arrogante. Somente no amor, a teologia é afirmação da esperança apesar do sofrimento, é encontro com a alegria da justiça sendo praticada, é descanso em se saber conhecido por Deus.
A fé, a esperança e o amor permanecem, afirma o apóstolo Paulo. Mas a maior destas é o amor.
Essa é a teologia que permanece.: a que é feita em amor.
Em Petrópolis, 21 de março de 2025
Marcio Simão de Vasconcellos